De Monteiro Lobato aos Irmãos Grimm: clássicos que podemos contar livremente

Você já parou para pensar que algumas histórias, depois de um tempo, se tornam de todo mundo? Não têm mais dono, não precisam mais de permissão, não pedem chave nem bilhete de entrada. Basta chegar, abrir o livro ou a boca e contar. É o que chamamos de domínio público.

Obras em domínio público podem ser lidas, recontadas, encenadas, gravadas, cantadas, reinventadas… No Brasil, isso acontece setenta anos depois que o autor se despede da vida. É como se a história, enfim, ganhasse asas definitivas.

Mas, mesmo assim, é sempre importante lembrar quem a criou. O nome do autor ou da autora merece ser guardado com cuidado, como se guarda um segredo bom. Porque foi ali, naquela primeira faísca, que tudo começou.

Quer saber mais? Alguns autores 

Existem muitos autores que já nos deixaram esse presente aberto. Monteiro Lobato, por exemplo, já tem boa parte das aventuras do Sítio do Picapau Amarelo livres para serem contadas. Também estão disponíveis os livros de Delina Lopes Vieira, de Júlia Lopes de Almeida (muitas vezes em parceria com sua irmã Adelina) e de Lenira Almeida Heck, todas elas escreveram com o coração voltado à infância.

Nascidas do outro lado do oceano, temos histórias como Alice no País das Maravilhas, que já pode ser lida quantas vezes quisermos, graças a Lewis Carroll e as fábulas de La Fontaine, entre muitas outras, como os contos de Hans Christian Andersen, com suas pequenas tristezas e belezas, como “A Pequena Sereia”, “A Nova Roupa do Rei”, “O Patinho Feio” e “A Rainha da Neve”, e as histórias recolhidas pelos Irmãos Grimm, como “Branca de Neve”, “Cinderela”, “Chapeuzinho Vermelho”, “João e Maria e Rapunzel”. 

Sem esquecer Charles Perrault, com “A Bela Adormecida”, “O Gato de Botas” e “Cinderela”, J. M. Barrie, com “Peter Pan”, e Rudyard Kipling, com seu “O Livro da Selva”, que traz o adorável Mogli.

E onde encontrar essas histórias? 

Em lugares encantados, mas bem reais. 

– A Brasiliana da Literatura Infantil e Juvenil tem um acervo delicado, com livros antigos, cartilhas, contos e poemas. 

– O Baixe Livros é uma biblioteca digital gratuita cheia de surpresas, como “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, e “O Menino Maluquinho”, de Ziraldo

– A plataforma Domínio Público também é uma boa morada para quem busca palavras antigas em roupagens novas.

– Ah, e o Ministério da Educação tem um livro especial, com contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos, um verdadeiro mapa do tesouro para quem deseja contar.

No fim das contas, é simples: escolha uma história. Leia em voz alta. Deixe a imaginação tomar conta da sala, da praça, do quarto, do ônibus, do mundo. Porque toda vez que uma história é contada, ela nasce de novo e leva junto um pedacinho de quem a contou.

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