Já imaginou acordar um dia e perceber que as palavras sumiram? Que os nomes das coisas escaparam pelo vento, que as histórias se apagaram como pegadas na areia? O mundo ficaria mais silencioso, mais cinza, sem aquele jeitinho único de cada povo contar suas alegrias, tristezas e sonhos.
As línguas são como cores numa grande tela, dando vida à história da humanidade. Dizem que há cerca de sete mil línguas espalhadas pelo mundo, mas muitas delas correndo o risco de desaparecer – e quando uma língua se vai, não é só um conjunto de palavras que se perde, mas também toda a sabedoria, os costumes e os modos de ver o mundo que vieram com ela.
Foi pensando nisso que a UNESCO escolheu o dia 21 de fevereiro para celebrar o Dia Internacional da Língua Materna. Não é apenas um dia no calendário – é um convite para lembrar que cada idioma é um tesouro, um baú cheio de histórias que não podem ser esquecidas.
E falando em riqueza linguística, você sabia que o Brasil é um verdadeiro mosaico de idiomas? De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mais de 250 línguas vivem por aqui. Muitas delas são indígenas, carregadas de poesia e tradição, passadas de geração em geração pelo som da voz e pelo brilho dos olhos de quem conta histórias.
Sim, contar histórias é uma forma de manter viva a tradição oral!
Os nossos amarelinhos e os contadores de histórias espalhados pelo mundo são verdadeiros guardiões da tradição oral. Sempre que abrimos um livro ou escutamos alguém narrar uma aventura – seja no nosso idioma ou em outro –, não estamos só embarcando em uma nova história. Cada conto, lenda e canção é uma semente lançada ao vento, pronta para brotar em novos corações.