Você sabia que o Dia Internacional do Voluntário foi criado pela ONU em 1985? A data existe para lembrar o quanto os gestos de doação, cuidado e presença fazem diferença na vida das pessoas, em qualquer canto do mundo.
Desde 2003, a Associação Griots, Os Contadores de Histórias, vive exatamente isso no dia a dia. Levamos histórias para crianças, pacientes internados em hospitais e idosos em instituições. A gente acredita que brincar, sorrir, ouvir e imaginar também são formas de cuidar. E é por isso que seguimos, visita após visita, encontro após encontro, espalhando esse tipo de afeto.
Quem vive isso por dentro sabe o quanto o voluntariado transforma.
A Cáthia, por exemplo, é fisioterapeuta e chegou há pouco tempo ao grupo. O desejo de ajudar nasceu de uma experiência muito pessoal.
“Sou ex-aluna da PUCC e hoje faço meu voluntariado lá. Em fevereiro de 2023, minha mãe foi diagnosticada com um câncer no intestino. Graças a Deus ela está estabilizada, em tratamento de remissão, sem metástase, mas ainda em observação por causa de uma fístula. Acompanhei tudo de perto, fiquei internada com ela nas duas cirurgias. Foi aí que surgiu em mim essa vontade de ajudar outros pacientes, oncológicos ou não, que passam tanto tempo dentro de um hospital.”
Foi justamente em um dos retornos ao hospital, durante uma consulta da mãe, que Cáthia conheceu duas griots, Andréia João e Dalva Saudo. O encontro foi decisivo. E histórias assim se repetem o tempo todo.

As voluntárias Alcione Marques e Dalva Saudo viveram, recentemente, uma cena que ficou marcada. Elas estavam na pediatria contando uma história para uma criança quando um médico entrou para fazer o atendimento.
“Quando ele chegou, nós pensamos em parar a história, para que ele pudesse atender a menina, que ia passar por uma cirurgia. Mas ele disse: ‘terminem a história. Eu espero e faço a consulta depois’”, conta Alcione.
Dalva complementa: “Fiquei admirada com aquele médico tão humano. Ele foi muito gentil e disse à minha amiga que podia continuar contando a história. Fiquei realmente emocionada e queria agradecer a ele. Fomos atrás para descobrir o nome dele, mas não conseguimos. Tomara que essas palavras o encontrem, para ele saber que sua atitude foi muito apreciada e que é muito querido por nós.”
Pode parecer um gesto simples, mas é desses encontros que nascem pontes de humanidade. Voluntários, pacientes, famílias e profissionais de saúde se conectam de um jeito raro, bonito e verdadeiro.
É isso que move a Associação Griots há mais de vinte anos. Lembrar, todos os dias, que mesmo nos lugares mais delicados, ainda cabe leveza, ainda cabe cuidado e, sobretudo, ainda cabe esperança.





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